CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

SÃO VICENTE DE FORA

 
SÃO VICENTE DE FORA

O labor de Olavo era elevado, tendo em vista a cabal missão de investigar o caso da sua cliente Vanessa.
Na verdade, acordara tarde, pela exaustão acumulada.
Partes da noite a dormir com Tila no hotel, a preparar a amante para o Swing, cuja ocorrência seria já nessa noite de Sábado, era trabalho duplo.
Mais uma vez, iria ter o almoço a dois no Centro Comercial Colombo, a cumprir o que já se estava a tornar rotineiro, contra os princípios do Investigador.
Porém serviço é serviço, a que o zeloso Olavo programava ao pormenor.
Depois do almoço dirigiu-se, de novo a observar a zona onde se situava o Clube de Swing.
O que o levou a visitar o vasto Mosteiro de São Vicente, dedicado ao padroeiro de Lisboa e a riquíssima zona monumental envolvente.
Zona envolvente, onde se podia ver o Panteão Nacional, ou a igreja de Santa Engrácia. Mais acima a famosa Igreja da Graça, e um miradoiro junto, com uma magnífica vista sobre a parte antiga da cidade.
Olavo romântico, por natureza, apelidava estas vivências, por romagens de saudade!
Debruçou-se mais, sobre o Mosteiro de São Vicente:
- Este remonta de uma igreja principiada em 1582, no local onde o primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, havia mandado construir um primitivo templo.
Este também sob a invocação de São Vicente.
O Santo foi proclamado padroeiro de Lisboa em 1173, quando as suas relíquias foram transferidas do Algarve, para uma Igreja fora das muralhas da cidade.
Concluído em 1627, a sua traça é da autoria do arquitecto Filipo Terzi
A 4 de Dezembro de 1720, João Frederico Ludovice foi nomeado como “Mestre Arquitecto das Obras do Real Mosteiro de São Vicente de Fora”.
É da autoria deste profissional o imponente altar barroco, encomendado por D. João V de Portugal, que ocupa o centro da capela-mor.
Colocado sob o baldaquino, assenta em quatro potentes colunas.
Sobre altos plintos destacam-se oito imagens monumentais, de madeira pintada de branco, ao gosto italianizante da Escola de Mafra Ludoviciana.
Representam São Vicente de fora e São Sebastião, executadas por Manuel Vieira, a quem se devem ainda as belas esculturas de anjos, colocadas sobre as portas de acesso o côro dos cónegos.
Ainda com estes factos a matraquear-lhe a cabeça, Olavo degustava um lauto jantar de arroz de marisco, nas redondezas do Clube de swing.
Era dia de facto, Sábado em que este funcionava e nesse dia ali faria a estreia, com a sua amante especial.
Jantou calma e tranquilamente, até dali partir para o “Europa Bar”, onde havia marcado, obviamente, encontro com Lila.
Com ela planeara, partir dali para o Swing.
Precisamente, à meia-noite, a porta ia-se entreabrindo a cada casal, previamente inscrito.
Cerca de quarenta e cinco minutos mais tarde, já com todos vestidos, apenas de gravata vermelha, dependurada no pescoço. Com a distribuição de uns drink’s, dava-se início à sessão.
Para essa a indumentária foi assim constituída e uma espécie de bailado, constituía a primeira parte lúdica.
Enquanto isto, dois invólucros com amarelos papéis, um para a escola pelas mulheres e outro para os homens, tantos quantos os presentes, dobrados em quatro.
Assim eram os pares encontrados!
Olavo indo contra os seus princípios de rectidão, conseguiu subornar, a mulher incumbida de proceder ao sorteio, para lhe caber a bonita Ana, amante de Adolfo.
Acabado o sorteio, cada casal tinha gabinete reservado.
Era ai que se tinha conhecimento, com quem ia formar para par.
Foi assim que Ana, ficou a saber que lhe calhara Olavo.
A nudez, que a gravata vermelha, realçava manteve-se até final.
Foi assim que Olavo e Ana conversaram, ela era uma boa conversadora, o que muito interessou o Inspector.
Houve apenas conversação e nada de consumação.
No fim ambos estavam satisfeitos!
Os primitivos casais voltaram a reunir-se, seguindo cada um o seu destino.
Ao outro dia Olavo podia, com propriedade, apresentar conclusões à sua cliente Vanessa.
Com um telefonema a esta, estabeleceu uma reunião de almoço com ela.
Aí a pôs ao corrente de como lhe era feita a traição e de como se tornara vítima.
Como esta já tinha dissipado dúvidas, agradeceu a Olavo a colaboração, fornecendo-lhe dados concretos.
No dia seguinte, entraria com o processo de divórcio.

Daniel Costa