CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

sábado, 12 de março de 2016

BAHIA E A LENDA







A BAHIA E A LENDA
 
Américo Vespúcio, italiano, nasceu em Florença em 9 de Março de 1454, tendo falecido em Sevilha em 14 de Fevereiro de 1512. Foi mercador, navegador, geógrafo.
Explorador de oceanos ao serviço dos Reinos de Portugal e de Espanha, viajou pelo Novo Mundo, escrevendo sobre essas terras.
Como representante de armadores florentinos, o navegador Américo Vespúcio, veio a encarregar-se em Sevilha do aprovisionamento de navios.
A 13 de Maio de 1501, ao Serviço do rei D. Manuel I de Portugal, partiu de Lisboa na expedição de Gaspar de Lemos, constituída por três naus, o objectivo era investigar as potencialidades económicas e explorar a recém, descoberta costa do Brasil.
Munido de um calendário litúrgico, começou a dar nomes religiosos, ou de santos, às costas onde atracava, como exemplo, em 1 de Novembro de 1501, descobriu e atribuiu nome à Bahia de Todos os - Santos, maior reentrância de mar, desde a foz do Rio Amazonas ao estuário do Rio da Prata.
Teodósio de Mello, muito dado á pesquisa e estudo destes pormenores, deu em pensar na má apreciação que, em geral, os portugueses fazem dos grandiosos feitos, dos seus antepassados, que já no século XVI contribuíram muito para a globalização que hoje se verifica do mundo.
Há que reportar toda e qualquer apreciação à ideia humana prevalecente na época, procurando ser justos, o que se impõe.
Os descobrimentos portugueses e posteriores colonizações são monumental obra de um povo.
O imenso Brasil, de hoje, é bem o exemplo de uma colonização mais ou menos, bem conseguida, mercê de o nosso povo, nada ter de xenófobo.
Depois o primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro era filho do Rei de Portugal.
Portugal que teve a corte estabelecida no Brasil, com a chegada à costa da Bahia a 18/01/1808, desembarcando em Salvador a 24 de mesmo mês com grande solenidade.
A chegada da mesma corte, ao Rio De Janeiro deu-se a 08/03/1808, com um séquito de 15.000 pessoas, tendo ali permanecido até 1821.
Eis o resultado da pesquisa de Teodósio de Mello, sobre uma das lendas, que a colonização do Brasil produziu, a que envolve o nome de Diogo Álvares Correia que diz o quanto bem a aculturação portuguesa, foi assimilada no que, viria a ser o grande Brasil.
Diogo Álvares Correia, natural de Viana do Castelo, foi um náufrago português que viajando para São Vicente, entre, 1509 e 1510, numa embarcação francesa, que naufragou, nas proximidades do Rio Vermelho, Salvador da Bahia.
Seus companheiros foram mortos pelos índios Tupinambás. No entanto ele sobreviveu e passou a viver entre os índios, tendo sido bem acolhido por estes
Posteriormente recebeu a alcunha de Caramuru, por ter sido, supostamente, encontrado pelos indígenas em meio de algas, como se fosse uma lampreia. Posto que em tupi, lampreia é designada pela essa palavra pelos Tupinambás.
A prova de que o náufrago português, Diogo Álvares Correia, foi bem acolhido é da que o chefe dos índios Tupinambás, Taparica lhe ter dado uma das filhas, Paraguaçu, como esposa.
Ao longo de quatro décadas, Caramuru manteve contactos com os navios europeus que aportavam no litoral da Bahia na busca de madeira “pau-brasil” e outros géneros tropicais.
As relações com os franceses da Normandia, entre 1526 e 1528, levaram-no a visitar aquele país, onde a companheira foi baptizada em Saint-Malo, pelo que passou a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu.
Sob o governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante “sesmaria”, procurando mediar entre colonos e índios.
Porém não conseguiu evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecendo os costumes nativos, Diogo Álvares, contribuiu para facilitar o contacto entre os primeiros missionários e administradores europeus.
Em 1548, tendo o rei de Portugal, D. João III, formulado o projecto de instituição do governo-geral do Brasil, recomendou a Caramuru que criasse condições, para que a expedição de Tomé de Sousa fosse bem recebida.
O fato revela bem a importância que o antigo náufrago, já alcançara na Corte portuguesa.
O seu naufrágio e vida, junto aos índios, tomaram contornos de lenda, que a filmografia do Brasil consagrou, com o filme CARAMURU – INVENÇÃO DO BRASIL.
Teodósio de Mello deu em pensar que, reside muito em lendas como esta, partindo de realidades, que abundam no País, o podermos fazer ideia de como se este se tornou o grande Brasil de hoje.
Foi assim que, de mãos dadas com seu esposo, Samira, também de descendência índia, deram por terminado a jantar daquele dia.
 
Daniel Costa