CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

sábado, 30 de julho de 2016

CIDADE DE SÃO LUIS


CIDADE DE SÃO LUIS

Localizada na ilha de Upaon-Açu, o segundo nome foi ilha do Maranhão, posteriormente ilha de São luis.
São Luis, a capital do Maranhâo é a única cidade brasileira fundada por franceses. Aconteceu no dia 8 de Setembro de 1612. Situa-se entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar.
A origem do nome da cidade foi em homenagem ao rei santo da França, Luis IX.
A fundação da cidade atribui-se a Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, que os portugueses homenagearam em 1689, construindo o palácio da casa da câmara, mais tarde sede da prefeitura municipal, atribuindo-lhe o seu nome.
No largo desse palácio, ainda hoje se mantém um busto de Daniel de La Touche.
Assim as naus vindas de França, continuaram a navegar no século XVI. Da tripulação três navios que se dirigiam ao Maranhão, a maioria permaneceu no terreno, após o fracasso da expedição.
O comandante dos três navios, que a compunham, foi o capitão Jaques Riffault.
Um dos tripulantes, Charles Des Vaux, estudou o idioma indígena e prometeu trazer mais franceses para defender e governar os índios indígenas.
De regresso a França, Des Vaux, obteve do rei Henrique IV, que Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, fosse junto como tripulante ao Maranhão para comprovar a acção.
Após o falecimento de Henrique IV, La Ravardier, retornou à Europa, ao seu País, onde lutou 15 anos pelo projecto de fundação, do que dominava França Equinocial.
François de Razilli, senhor de Aumelles e Razilly e Nicolas de Harlay, senhor de Sancy, barão de Molle e de Grosbois, estiveram interessados no empreendimento.
A rainha regente de França e Navarra, Maria de Médici, permitiu que participassem os religiosos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
A esquadra francesa foi constituída por três navios, comandados por La Ravardière e Razilly. A esquadra deixou o porto de Concale, na actual região francesa da Bretanha, chegando em 26 de Julho de 1612 a uma enseada maranhense.
Deram-lhe o nome de Sant’Ana, em honra à santa do dia, à ilha mais pequena e onde chegaram e encostaram os navios.
Escolhido o lugar da fortificação, a 8 se Setembro, foi levantada a cruz na ilha de Sant’Ana e abençoou-se o terreno e a fortificação, que recebeu o nome de Forte de São Luis.
Não se restringiam, os franceses, apenas à tarefa de colonizar a região: em direcção a Paris, carregaram indígenas do Maranhão.
O bispo de Paris baptizou três índios  - itapucu, tendo como padrinhos Luis XIII e Maria de Médici.
As narrativas dos franciscanos davam o forte de São Luis, como difícil de ser conquistado.
É sabido que o forte era tido como inconquistável, mesmo que atacado por uma armada real.
No entanto, colonizadores de Espanha e de Portugal iam buscando a conquista do território.
Em 19 de Novembro de 1614, o português Jerónimo de Albuquerque, o administrador colonial lusitano, comandando as suas naus e os seus homens, contra a invasão francesa, ganhou na Batalha de Guaxenduba.
Tanto os franceses na ilha como portugueses no continente fizeram descanso.
Depois mandaram emissários a Madrid e a Paris, com a proposta de a ilha ficar na posse dos franceses e o continente dos portugueses.
Julho de 1615, Francisco Caldeira de Castelo Branco, exigiu a La Ravardière abandonasse a terra que conquistou. Jerónimo de Albuquerque mudou-se para a ilha, e ai construiu o Forte de São José de Itapari, passando à luta.
Em 17 de Outubro 9 navios com 900 homens, armas, dinheiro, plantas e gado, comandada por Alexandre de Moura, aproximou-se da baía de São Marcos.
A frota desafiava a fortaleza inconquistável dos franceses.  Inevitavelmente deu-se o confronto, Jerónimo de Albuquerque atacava por terra. La Ravardière não resistiu e a 3 de Novembro devolveu a colónia, o forte, os navios e as armas.
De Pernambuco o francês foi para Lisboa, onde esteve aprisionado, antes de voltar a França.

Daniel Costa






terça-feira, 19 de julho de 2016

MARANHÃO - INICIO DA COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO


MARANHÃO – INICIO DA COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

Instalado no seu apartamento do Hotel Tropical Tambaú, junto à Av. Almirante Tamandré, na cidade de João Pessoa, construído nas próprias areias da praia de Tambaú, Teodósio de Mello pensava sobre a saga dos muitos marinheiros do século XVI e seguintes que por ali passaram.
Em verdade, ele estava a viver muito próximo da Ponta do Seixas, a parte mais ocidental das Américas onde o sol nasce mais cedo, bem mais cedo.
Era manhã cedo e estava à vista de espectacular sol nascente, no Atlântico Sul, que banha terras da Paraíba e consequentemente a sua capital João Pessoa, quando a sua bela Samira se lhe veio juntar.
Bem juntinhos, e como já por hábito, trocaram impressões a propósito do empreendimento do marido, escalpelizando mais sobre a chegada de portugueses a terras do que é hoje o imenso Brasil, provendo depois a sua aculturação.
De facto um feito gigantesco que nunca será de mais realçar, em vez de menosprezar a raça deste povo, como continua a ser, simplesmente feito vendo as coisas à luz do presente, erradamente, é de crer.
Tudo tem um tempo, é no século XVI a abertura ao mundo de algumas rotas desconhecida, por grandes homens portugueses de então.
É feito de assinável grandeza!
A conversa entre Teodósio de Mello e Samira, entretanto, abordou o Maranhão, talvez um dos Distritos do Brasil, mais difíceis de anexar, devido a interferências de franceses e depois de holandeses, com quem foram travadas grandes lutas, para os expulsar definitivamente.

Não há relatos exactos sobre as primeiras expedições na costa maranhense. Contudo, há a crença que, em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, já navegou por toda a costa norte do Brasil.
Essa viagem de Pizón, teve origem em Pernambuco com destino à foz do rio Amazonas. No meio da vigem o navegador espanhol, já atravessou o litoral do Maranhão.
Em 1519 o cartógrafo português Lopo Homem traçou o mapa Terra Brasilis. Nesse aparecem escritos nomes de acidentes geográficos da costa maranhense.
A partir de 1524, os franceses começaram a frequentar o litoral do Maranhão. Frequência explicada, por o litoral do Maranhão ter sido esquecido pelos portugueses.
No ano de 1531, Martim Afonso de Sousa, tendo sido o comandante da primeira expedição que começou a colonizar a região, o militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte.
Diogo Leite da foz do rio Gurupi. Que na actualidade divide os Estados do Maranhão e do Pará.
A divisa entre os actuais estados do Brasil ficou, por muito tempo conhecida como “abra de Diogo Leite”.
Em 1534, quando não tinham colonizado o Maranhão, D. João III, dividiu a Colónia em Capitanias Hereditárias.
Um ano depois o monarca de Portugal concedeu a terra a três fidalgos da sua confiança, João de Barros, Fernando Álvares de Andrade e Aires da Cunha. Os primeiros idealizaram o seu plano para a tomada de posse da Capitania.
Estes dois donatários encarregam a execução a Aires da Cunha que partiu para o Brasil no mesmo ano da doação. Durante a viagem, com dez veleiros, 900 homens de armas e 130 a cavalo, nas costas maranhenses a frota, devido a temporal violento, afundou tendo falecido o capitão, como a maior parte dos integrantes.
Entretanto, os sobreviventes fundaram um núcleo de povoamento, a que denominaram Nazaré, passando a explorar o terreno através dos acidentes geográficos fluviais. Acresce, que os indígenas em nada favoreceram essa ocupação.
Do núcleo não restou nada, quando a povoação foi destruída, os portugueses abandonaram-na.
Em 1539, outro fidalgo lusitano, de seu nome Luís de Melo da Silva, que também teve o seu navio afundado no litoral maranhense, retornando a Portugal em 1554.
João de Barros, em 1555, mandou os seus descendentes João e Jerónimo, para a sua donataria.
Naquela época os franceses já tinham entrado ali. De acordo com a narrativa que Jerónimo dirigiu ao seu monarca, estiveram na capitania 17 naus de franceses, estes já tinham edificado, com materiais de construção da época - Casas de pedra - E, claro, fazendo comércio com os indígenas.

Daniel Costa